Talvez, um dos assuntos mais comentados em 2018 foi a Revolução 4.0 e sua aplicação em vários setores da indústria, como Compras 4.0.
Falou-se muito sobre tecnologias disruptivas e como a adesão parcial ou total delas pode afetar positivamente os modelos de negócios.
E como todo final de ano, este é o momento das empresas divulgarem pesquisas com dados do que aconteceu nos últimos meses, bem como tendências que estão por vir nos próximos anos.
Compras 4.0 – Quem é você na pesquisa?
A Live University (universidade do Inbrasc), em parceria com a Thomson Reuters, desenvolveu e compartilhou o estudo “Road to the Future: desafios e oportunidades para a adoção de tecnologias nas empresas”.
A pesquisa é uma análise quantitativa do investimento em tecnologia das empresas atuantes no Brasil e um convite à reflexão para todos os compradores e fornecedores: quem são vocês no meio de todos esses dados?
O reativo? O confuso no meio de tantas informações? Ou aquele que coloca em prática rapidamente as inovações?
Confira os principais insights do estudo:
Road to the Future: o perfil dos entrevistados
A pesquisa foi realizada durante o ano de 2018 com 308 profissionais das áreas de Fiscal e Tributário, Comércio Exterior, Supply Chain e Financeiro. Deste montante, 81% dos respondentes são decisores (gerentes e diretores) e o restante, 19%, especialistas.
A maioria dos participantes reside na região sudeste e 50% são colaboradores de companhias com faturamento anual entre R$ 100 milhões e R$ 1 bilhão.
Além disso, mais da metade dos entrevistados tem acima de 9 anos de experiência na área, o que possibilitou visão mais apurada da situação da digitalização no mercado.
Os quatro pilares que norteiam o estudo
A pesquisa mostra que a adesão da tecnologia é essencial para enfrentar e superar os desafios da era 4.0, como eficiência, compliance e competitividade.
Nela, foram identificados quatro pilares que norteiam a situação do mercado.
Talvez, eles não sejam novidade para a grande maioria, mas deixam claro o peso e responsabilidade que cada um deles tem no processo de desenvolvimento da digitalização no Brasil.
Portanto, os 4 pilares identificados no estudo foram:
1. Mitigação de riscos e compliance
Eliminação de riscos e busca por compliance são os principais motivos para adesão da tecnologia nas empresas. Na era da internet, ninguém quer ser malvisto e, por isso, o esforço em buscar alternativas para mitigar todas as fontes causadoras de problemas.
20% dos entrevistados garantiram que melhorar a governança e o compliance é prioridade, enquanto 18% têm como maior preocupação a redução de riscos e fraudes.
Segundo Ivan Garcia, Tax & Customs Director da Siemens: “A complexidade do compliance tributário brasileiro gera grande necessidade de implementação de ferramentas tecnológicas (RPA, Inteligência Artificial, Machine Learning, Cloud Computing) na rotina de um departamento tributário”.
2. Redução de custos, aumento de eficiência e competitividade
Produzir mais, com qualidade superior, mas sem interferir no orçamento.
Esta meta, que é comum na maioria dos decisores de empresas, também é fator importante na aceitação de novas tecnologias.
Porém, um fato interessante é que apenas 16% dos entrevistados acreditam que a tecnologia tem o poder de tornar os negócios mais competitivos. A maioria (25%) aceita as inovações como alternativas de redução de custos para, então, conquistar um lugar de destaque no mercado.
Além disso, 21% acreditam que a tecnologia é uma grande aliada na melhoria da governação corporativa. Isso mostra que, para os entrevistados, competitividade é resultado da soma dos esforços em redução de riscos, custos e conquista de compliance.
3. Tecnologia
Nesta nova era, a tecnologia é o que define o fracasso ou o crescimento exponencial das empresas.
A pesquisa mostra o nível de maturidade dos profissionais em relação ao assunto e também uma curiosidade: a maioria está ciente dos avanços tecnológicos, mas ainda não investe o suficiente para garantir competitividade.
A adoção de novas tecnologias é vista positivamente por 90% dos entrevistados, mas 56% afirmam que não aumentarão suas verbas destinadas à tecnologia em curto prazo.
Internet das Coisas (IoT), Blockchain, Data Science, Inteligência Artificial e Machine Learning são as principais tecnologias que os decisores acreditam que podem facilitar as operações do dia a dia, mas os números revelam que ainda há muito o que ser feito e alterado para garantir a digitalização dentro das empresas.
Dentre os fatores de impedimento, os três principais são (1) custo de implementação e manutenção, (2) problemas de integração e (3) falta de expertise das equipes.
4. Profissionais
Os profissionais são as peças-chave no movimento de adesão das tecnologias. Afinal, é necessário que eles estejam preparados e capacitados para lidar com as mudanças que estão por vir.
Porém, apenas 17% dos entrevistados acreditam que os profissionais estão preparados para as transformações digitais.
O problema, talvez, esteja na falta de clareza em relação à responsabilidade de capacitação: enquanto uns acreditam que é dever da empresa investir em treinamento, outros defendem que a especialização deve ser uma preocupação do próprio profissional.
De qualquer maneira, o pensamento que fica é que necessário mudar o mindset: de operacional para analítico e estratégico.
Confira o estudo completo da Live University, em parceria com a Thomson Reuters, clicando aqui. Você poderá ver com detalhes vários dados interessantes de mercado.
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No meu modo de ver, talvez o mindset será um dos graus mais difíceis de mudar, porquê o sistema deixou as pessoas sem visão, não pensam como empreendedor, não tem visão aguçada. Mudanças de paradigmas levam algum tempo e o processo de avanço das tecnologias são aceleradas.