O universo das startups foi a inspiração das mudanças recentes no Mercado Eletrônico, empresa que acaba de conquistar o título de Great Place to Work 2018
Desde 2009, o panorama das grandes empresas vem sendo marcado pela queda na participação de mercado para as pequenas e médias. Diante desse cenário, as enterprises de mais destaque são aquelas que conseguiram ajustar suas realidades ao surgimento de uma nova visão de negócios proposta pelas startups.
Enquanto as indústrias da área da saúde e sustentabilidade começaram a investir em produtos com ingredientes naturais e com menos componentes químicos, de olho no mercado digital, alguns bancos passaram a oferecer contas 100% online isentas de tarifas e com mais benefícios para os clientes.
Além de novos produtos, companhias de alta performance decidiram investir na transformação da cultura e de metodologias organizacionais. Na área da tecnologia, o Mercado Eletrônico, empresa líder em comércio eletrônico B2B na América Latina, é um exemplo de como é possível adotar o espírito empreendedor das empresas emergentes para reposicionar os negócios e oferecer soluções mais pautadas nas necessidades dos usuários.
Por se tratar de uma referência no mercado, a empresa pioneira no Brasil e líder em comércio eletrônico na América Latina – que transaciona R$ 80 bilhões em seu marketplace com mais de 1 milhão de fornecedores – pesquisou muito antes de incorporar os elementos mais adequados das startups ao seu novo formato, mais dinâmico e funcional.
A primeira mudança foi a implantação da cultura ágil, uma alternativa à gestão tradicional dos projetos de desenvolvimento de software, já que a empresa oferece soluções eletrônicas para a área de compras de outras empresas. O processo trouxe mais comunicação, treinamentos, integração entre as áreas, escalabilidade e poder de adaptação frente às adversidades. Depois de passar a entregar as soluções de forma ágil, o desafio foi conseguir escalar a prática para as demais equipes.
A partir disso, a empresa priorizou o Scrum, uma das diversas metodologias ágeis, e dividiu suas equipes em células multidisciplinares em torno de um mesmo objetivo, o que trouxe mais autonomia a esses grupos e o contato direto com os stakeholders. Com isso, tanto o feedback do produto, quanto o processo de trabalho passou a ser mais rápido.
Figura primordial nas startups, o profissional de Customer Success é quem acompanha todas as etapas da implementação do produto, antecipa a resolução de possíveis problemas e estabelece o vínculo com o cliente.
Em um momento em que reclamações se tornaram públicas e conquistar um novo cliente pode chegar a custar sete vezes mais do que manter um antigo, o investimento em experiência de consumo deu novo gás à empresa para proporcionar ao cliente a melhor experiência possível com o produto. “Em alguns casos, tivemos um crescimento de mais de 200% no nível de satisfação dos consumidores”, constatou Diogo Morgado, gerente de pós-vendas. “Isso também nos ajuda a fidelizar os clientes da base”.
Mas, além dos métodos e frameworks, a maior preocupação do Mercado Eletrônico para o sucesso de seu programa de transformação digital foram as pessoas, conforme explicou Fabrizio Tassitano, gerente de solução SaaS do Mercado Eletrônico. “Esse é o nosso principal valor”, revelou. De acordo com Tassitano, a cultura das startups é muito mais próxima ao que a empresa buscava para seus colaboradores. “E nos ajudou a pensar mais no negócio e no valor gerado para que os usuários se sintam donos e colaborem de forma espontânea para o nosso sucesso”. Para ele, a mudança fez toda a diferença.
Mais colaboração e engajamento
Outra mudança fundamental embasada pelas startups foi no endereço. Antes de completar 23 anos de experiência em julho de 2017, a empresa se mudou para uma estrutura maior e mais colaborativa, baseada no conceito de open-space, que destaca os segmentos e suas propostas de valor. Nos novos espaços de convivência, os colaboradores podem almoçar, comer uma fruta diferente a cada dia ou ainda jogar pingue-pongue.
Usado em diversos processos internos do Mercado Eletrônico, o Design Thinking foi outra ferramenta “emprestada” pelo ME das startups. Ela ajuda a identificar as oportunidades de inovação para resolver problemas a partir das necessidades reais do mercado. “Conseguimos melhorar desde produtos simples até novas ferramentas para o mercado”, explicou Danilo de Oliveira, coordenador de UX/UI da empresa.
O framework para definir metas mais usado no Vale do Silício também passou a fazer parte da rotina dos colaboradores da casa. “Agora, nossos ciclos de avaliação de desempenho e os eventuais ajustes de percurso são bem mais rápidos”, falou o CEO. Simples e mensuráveis, os OKRs (Objectives and Key Results) alinham os objetivos, definidos a cada trimestre, criam engajamento e estimulam metas desafiadoras. Equipes também podem se beneficiar com os OKRs, já que eles ajudam a focar em um propósito comum. “Começamos com o OKR pessoal e agora queremos usá-los também para times diferentes”, acrescentou Oliveira.
Em 2018, a empresa realizou a primeira edição do MELab, uma jornada de atividades ao lado de clientes parceiros, desenvolvida pelo ME para entender a fundo a visão do cliente, além de promover melhorias nos produtos a partir da colaboração e do engajamento com o cliente. A ação é mais uma iniciativa voltada à inovação.
“Pessoas em primeiro lugar”
Para ajudar a área de recursos humanos, a equipe desenvolveu um aplicativo para realizar a gestão de seus colaboradores de forma individual e personalizada. O Gente & Gestão, feito com a tecnologia App Builder do ME, centraliza informações como currículo, avaliações de desempenho, prêmios conquistados, movimentações de áreas e cargos, aspirações profissionais e outros dados importantes de cada colaborador.
Mais do que reunir dados da área, o app ajuda na progressão da carreira dos colaboradores, dando uma visão geral do desempenho do profissional e mantendo o RH informado sobre as expectativas de cada pessoa em relação à carreira e o crescimento profissional. “O desenvolvimento profissional dos colaboradores é uma prioridade para nós. Por isso, nosso principal valor é pessoas em primeiro lugar”, falou Adriana Oliveira, gerente de RH do Mercado Eletrônico.
Outra ação implementada pelo RH foi o “BlueCard”, aplicativo que reconhece o trabalho e o apoio dos colegas. “Muitas vezes dependemos dos nossos gestores para receber reconhecimentos públicos. Com essa ferramenta, nossos colaboradores podem expor o bom trabalho realizado por outros profissionais da companhia, tornando a organização mais integrada e motivada”, completou Adriana.
Para o Mercado Eletrônico, valeu a pena unir uma abordagem mais inovadora a um propósito bem definido. Apenas em 2017, a empresa conquistou o título de Great Place to Work, concedido às empresas que promovem bons negócios em um ambiente de engajamento para os colaboradores, e foi reconhecido pelo Prêmio Inbrasc 2017 como principal líder do mercado de supply chain, logística e compras, nas categorias Marketplace e Leilão Reverso.
Em 2018, o ME segue colhendo os frutos dessa transição. A empresa recebeu o certificado com o Selo GPTW, tornando-se um Great Place to Work 2018 – um passo importante para fazer parte do ranking do guia que destaca as “150 Melhores Empresas para se Trabalhar em São Paulo” em 2018. “Essa conquista valoriza nossos programas internos e mostra que estamos alinhados às melhores empresas para se trabalhar”, comemorou Adriana Oliveira, gerente de Recursos Humanos do Mercado Eletrônico.